[NOVO]

O foco desta etnografia reside na questão da mobilidade, pensada em suas múltiplas dimensões e tal como ela se apresenta para o povo da cidade goiana de Minaçu: essa gente pobre, andada e misturada, originária de lugares diversos do centro-norte do país. Uma série de experiências significativas para estas pessoas é aqui examinada: o correr o mundo na juventude, o envolvimento com o garimpo, o trabalho em mineradoras ou na construção de usinas hidrelétricas, a participação num movimento social de atingidos por estes empreendimentos, o estar parado e o não poder andar. Aqui, essa mobilidade se associa a alternâncias entre atividades diversas e a deslocamentos espaciais, mas também a um vocabulário e a ideias que, de modo privilegiado, permitem que essas pessoas atribuam sentido e pensem o mundo, a vida e a realidade. É pelo recurso a este código, e aos valores a ele associados, que é aqui descrito o universo em questão.