[NOVO]

A perplexidade ante acontecimentos inesperados, acasos nem sempre favoráveis perpassa nossas vidas e tem sido, ao menos desde a Grécia Antiga, objeto de insistente reflexão, de variada expressão e teorização na cultura ocidental. Em tempos em que se esvaziam as esferas transcendentes, capazes de neutralizar o aspecto inquietante do acaso, tal desconcerto e desassossego tendem a se acentuar. Esse esvaziamento convoca, por um lado, a derrocada de certo desejo de controle que tem caracterizado as sociedades modernas e contemporâneas. Por outro, produz um vazio perturbador, no lugar da garantia de explicações e de sentidos apaziguadores. Diversos intelectuais brasileiros e estrangeiros, cada um a partir de sua especialidade, responderam ao desafio de pensar as potências e as práticas do acaso. O acaso, tão temido e festejado, investigado em suas potências e práticas (artísticas, literárias, filosóficas), preside agora os destinos deste livro, que esperamos possa, nas mãos dos leitores, gerar novos afetos e acontecimentos.